sábado, 12 de março de 2011

Os Monopólios e o Mercado de Trabalho

3.6. Os monopólios
Pode-se afirmar que o monopólio corresponde ao nível máximo de imperfeição que a concorrência imperfeita pode chegar. Sustenta Samuelson, & Nordhaus (2005, 168) que o monopólio corresponde a “um único vendedor com o controlo total sobre um ramo de actividade (…) é a única empresa a produzir no respectivo sector de actividade e não existe outro sector a produzir um produto substituto próximo.”  
3.6.1. Características dos monopólios
N.º de Produtores
Controlo sobre o preço
Bens Produzidos
Concorrência
Um
Total
Único
Nenhuma

Será que o poder do monopólio é eterno? Claro que não é, basta ter em conta, por exemplo, que até há uma década atrás, as companhias de telefones eram monopolistas e agora defrontam-se, com a concorrência dos telefones móveis.
Actualmente o número de monopólios é diminuto e os que existem sobrevivem graças a formas de protecção ou regulação governamental, pois de outra maneira não existiriam. Os governos são assim e em última instância, os responsáveis pela sua existência. Por exemplo, no mercado farmacêutico e como forma de incentivar a descoberta científica, os governos protegem este mercado incentivando as empresas aí instaladas a promoveram a descoberta de novos medicamentos, atribuindo-lhes patentes para as suas descobertas, apoiando assim o surgimento de monopólios durante o período de anos acordado.      
3.6.2. A formação de preços em mercado de monopólio

A empresa monopolista tem a procura de mercado nas suas mãos, possui “poder de mercado”, pois é ela que actuando sozinha estipula o preço.
Pode, no entanto, este “poder de mercado” ser limitado pelo governo quando este fixa o preço, por exemplo, em bens de primeira necessidade.
Mas, mesmo exceptuando o caso da intervenção do Governo, o “poder de mercado” da empresa monopolista não é absoluto. Com efeito, embora a empresa esteja sozinha a produzir o produto, tal não significa que não esteja sujeita a alguma concorrência, pois todos os produtos têm, normalmente, substitutos. Actualmente o aquecimento doméstico tanto pode ser feito a electricidade como a gás. O monopólio da produção de electricidade não é, então, absoluto.
Neste caso a empresa monopolista ao fixar o preço do seu produto, tem que ter em conta os preços dos bens substitutos.
Pode a empresa monopolista de uma forma voluntária e inteligente, limitar o seu lucro, vendendo a um preço inferior àquele que lhe proporcionaria o máximo lucro. Os lucros exagerados do monopólio podem atrair outras empresas e assim, contribuírem para a formação de preços especulativos, originando a intervenção do Estado para poder salvaguardar os direitos dos consumidores. Neste caso o Estado tem ao seu alcance diferentes formas para poder agir em conformidade como é o caso da fixação de preço máximo, lançamento de impostos, legislação de defesa da concorrência e nacionalizações.

3.7. Diferentes tipos de oligopólio

A característica básica de oligopólio é a presença de poucos vendedores de um produto no mercado. Um oligopólio é uma estrutura de mercado na qual um pequeno número de vendedores é estrategicamente interdependente.
Existem vários tipos de oligopólio. 

Os oligopólios puros, onde existe um conjunto de vendedores que produzem produtos substitutos perfeitos entre si;
Os oligopólios diferenciados, onde existe um conjunto de vendedores que produzem produtos substitutos próximos entre si;
Os oligopólios concorrenciais, onde cada conjunto de vendedores procura maximizar os seus próprios benefícios;
Os oligopólios cooperativos, caracterizados por contemplarem um número reduzido de vendedores que coordenam as suas acções para poderem maximizar os benefícios comuns (carteis).

3.8. O mercado de concorrência monopolística quanto aos produtos transaccionados

É uma estrutura de mercado intermédia entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio.

3.8.1. Características do mercado de concorrência monopolística
Muitos compradores e muitos vendedores; 
Número relativamente grande de empresas com certo poder negocial com segmentação de mercados e produtos diferenciados;
Margem de manobra reduzida para fixação de preços, pois existem bastantes produtos substitutos no mercado;
Os vendedores procuram diferenciar os seus produtos face aos dos seus concorrentes directos uma vez que os consumidores já têm as suas preferências bem definidas;
Neste mercado existem barreiras de entrada bem definidas tais como canais de distribuição próprios, diferenciação de produtos, diferentes níveis de tecnologia utilizados, etc.
3.8.2. Factores de diferenciação do produto neste tipo de mercado

Das características referidas em 3.8.1. resulta um certo poder sobre o preço dos produtos, pese embora o mercado ser competitivo. Os produtos surgem como sendo iguais, mas cada vendedor vai tentar diferenciá-los. Tomando como referência o mercado da batata frita, sabemos que, por exemplo, este pode contemplar o sabor a queijo, natural, tipos de embalagem, com brindes, com tatuagens, formas onduladas, lisas, etc.
Estes factores de diferenciação do mercado da batata frita são definidos, em termos económicos, como poder de mercado.      
3.9. Segmentação do mercado de trabalho

O mercado de trabalho pode ser segmentado em várias categorias, sendo as mais comuns as seguintes:
A - Quanto aos sectores de produção        
a)    Emprego no sector privado;
b)    Emprego nas administrações públicas.
       B – Quanto à forma de propriedade
a)    Trabalhadores por conta de outrem;
b)    Trabalhadores por conta própria.
        C – Quanto ao género
a)    – Trabalhadores do sexo masculino;
b)    – Trabalhadoras do sexo feminino.

3.10. Componentes do mercado de trabalho (procura e oferta)
O mercado de trabalho relaciona a procura de trabalho (os que procuram emprego) e a oferta de trabalho (aqueles que oferecem emprego), onde o preço do bem a transaccionar é o do trabalho.

3.11. Oferta de trabalho e salário (curva da oferta de trabalho)
A lei da oferta relaciona a quantidade oferecida de trabalho com o respectivo preço, e pode ser enunciada da seguinte forma: a quantidade oferecida do factor trabalho aumenta quando o preço sobe, e diminui quando o preço desce.

                                                                                  Gráfico 6 (consultar o gráfico fornecido nas aulas)
                        Onde:
                        P1/P2 = Preços
                        Q1/Q2 = Quantidades
                        S = Oferta  
3.12. Formas que influenciam a oferta de trabalho

Qualquer mudança de gostos pode reflectir-se rapidamente na oferta de trabalho, uma vez que o número dos postos de trabalho terá que ser reduzido. É o caso dos produtos ligados à moda visto possuírem uma rotatividade elevada para períodos de tempo curtos.
Outro factor que pode reflectir-se bruscamente na oferta de trabalho, são as alternativas de investimento que se colocam noutros sectores, mais lucrativas para a oferta de trabalho.
Finalmente um outro factor que também pode reflectir-se facilmente na oferta de trabalho são as migrações quer de uma forma por pressão em alta (emigrações) quer em baixa (imigrações).     
3.13. Relações entre procura de trabalho e salário (curva da procura de trabalho)
Na procura de trabalho há que distinguir entre o curto prazo e o longo prazo. No longo prazo a procura de trabalho é mais elástica porque a empresa tem oportunidade de substituir trabalho por capital. Já no curto prazo a única capacidade de resposta é aumentar a produção (Gráfico 7).
Gráfico 7 – Curva de Procura de Trabalho (Curto e Longo Prazo)
                                      (Consultar o gráfico fornecidos nas aulas)

               L = Trabalho


               W = Salário  
                                          
Considerando duas empresas e numa situação de descida de salário (Gráfico 8) de W1 para W2, cada uma delas utiliza mais trabalho e tem uma produção maior. O aumento na produção provoca uma descida do preço do produto, reduzindo, assim, o valor do produto marginal do trabalho. A curva de procura do trabalho tem um declive maior do que a soma horizontal das curvas de procura individuais. Frank, R (1994, 491). Microeconomia e Comportamento. McGraw-Hill (adaptado).

                        Gráfico 8 – Curva de Procura de Trabalho do Mercado

                                    (Consultar o gráfico fornecido nas aulas)
  Onde:                                                     
L = Trabalho
W = Salário
3.14. O impacto da tecnologia e do preço do produto sobre a procura de trabalho
O avanço tecnológico acarreta para além das vantagens inerentes ao processo produtivo, algumas desvantagens. Uma delas é a poluição, que se não for controlada a tempo, pode evoluir para um quadro irreversível. Outra desvantagem é quanto ao desemprego gerado pelo uso intensivo das máquinas em qualquer sector económico (agricultura, indústria, comércio). Este
tipo de desemprego, no qual o trabalho do homem é substituído pelo trabalho das máquinas, denomina-se desemprego estrutural.
O desemprego estrutural resulta das mudanças da estrutura da economia. Estas provocam desajustamentos no emprego da mão-de-obra, assim como alterações na composição da economia associada ao desenvolvimento. Existem duas causas para este tipo de desemprego: insuficiência da procura de bens e de serviços e insuficiência de investimento em torno da combinação de factores produtivos desfavoráveis.
O desemprego estrutural resulta assim das novas tecnologias (robótica e a informática), não resulta de uma crise económica, mas sim das novas formas de organização do trabalho e da produção. Tanto os países ricos quanto os pobres são afectados pelo desemprego estrutural, um dos graves da sociedade actual.
Quando o preço de um produto sobe, a quantidade de procura desce.

Factores que influenciam a elasticidade preço da procura

Grau de Necessidade do bem: quanto maior é o grau de necessidade do bem, mais rígida é a procura. Exemplo: Insulina. 
Possibilidade de Satisfação: quanto menor for a possibilidade de substituição de um bem, mais rígida é a procura. Exemplo: Pão.
Percentagem ou proporção no mercado: Quanto mais barato for um bem e portanto, menor for a proporção gasta com esse bem no orçamento, mais rígida é a procura. Exemplo: Alfinetes.
 Tempo: A procura é mais rígida no curto prazo tende a ficar mais elástica no longo prazo, porque os consumidores necessitam de tempo, para se adaptarem às mudanças e alterarem os seus hábitos e compromissos. Exemplo: Telemóveis de ecrã táctil.

3.15. O significado de salário de equilíbrio

Em Economia, diz-se que um mercado está em equilíbrio quando não há qualquer razão para alterar o comportamento dos seus participantes, pelo que não existe qualquer motivo para que a procura ou os preços desse mercado se alterem.
Pode-se ainda dizer que se está em equilíbrio de mercado quando todos os compradores e os vendedores estão satisfeitos com as respectivas quantidades ao preço de mercado em vigor.
Quando se verificam condições de concorrência perfeita, o preço de mercado tende a situar-se no ponto onde a oferta é igual à procura. Este preço toma a designação de preço de equilíbrio. Conforme podemos ver na figura seguinte, o preço de equilíbrio corresponde ao ponto onde a curva da procura se cruza com a curva da oferta:              
Preço de Equilíbrio
 (Consultar o gráfico fornecido nas aulas)
 D = Procura
  S = Oferta

Equilíbrio significa estabilidade, e o preço de equilíbrio representa, de facto, um ponto de estabilidade do mercado. Poderemos compreender melhor este conceito de estabilidade se procurarmos saber o que é que se passa se o preço de mercado (aquele que efectivamente ocorre no mercado num dado momento) não for um preço de equilíbrio.

3.16. O desemprego como um desequilíbrio do mercado
O desemprego surge como fenómeno social e económico e é característico das economias modernas, em consequência do desequilíbrio entre a procura e a oferta de mão-de-obra.
Existem vários tipos de desemprego: tecnológico, oculto, repetitivo, voluntário e de exclusão.
Desemprego tecnológico – é um desemprego resultante das mutações tecnológicas e das reestruturações dos processos produtivos.
Desemprego oculto – tipo de desemprego que pode resultar de duas situações: pelo trabalho precário (engloba as pessoas que possuem uma ocupação temporária, mas que estão procurando emprego) e pelo desalento (inclui quem ficou sem trabalho e, depois de procurar emprego por muito tempo, acabou por desistir da busca).
Desemprego repetitivo – desemprego que deriva das mudanças constantes de emprego por parte da mão-de-obra com baixo nível de qualificação profissional.
Desemprego voluntário – desemprego que resulta da recusa por parte do trabalhador em aceitar um emprego, em consequência de vários factores pouco motivadores: baixa remuneração, más condições de trabalho.
Desemprego de exclusão: deriva de um desequilíbrio no mercado de trabalho onde a procura de mão-de-obra por parte dos empregadores é menor face à procura de trabalho por parte dos trabalhadores.
3.17. A acção dos sindicatos e do Estado sobre o mercado de trabalho
Actividade 4
Texto: “Os sindicatos têm sem dúvida poder de mercado e, por vezes, servem como monopólios de oferta de trabalhadores. Os sindicatos negoceiam acordos colectivos de trabalho que especificam quem pode ocupar certos empregos, quanto receberão e quais são as regras de trabalho. Além disso, na negociação de contratos colectivos, os sindicatos tratam de questões que são importantes para todos os trabalhadores, tais como pensões, benefícios de cuidados de saúde e horas de trabalho. E os sindicatos podem decidir sobre greves – retirar a sua oferta de trabalho completamente e forçar a que uma fábrica encerre – a fim de obter um melhor acordo com o empregador. O estudo dos sindicatos é uma parte importante para compreender a dinâmica dos mercados de trabalho.” Samuelson, & Nordhaus (2005, 253).
Comente sobre o papel dos sindicatos na sociedade actual.
Os sindicatos podem fazer aumentar os salários e simultaneamente, melhorar as condições de trabalho dos seus filiados. Se os sindicatos obtêm o monopólio legal de poderem fornecer trabalhadores a uma dada empresa ou a um sector de actividade económica, ganham poder de mercado e podem obrigar essa empresa ou esse sector a proporcionarem salários, benefícios sociais e condições de trabalho melhores do que as restantes empresas ou sectores de actividade económica.
Os sindicatos podem estabelecer níveis salariais elevados e limitar o emprego no mercado sindicalizado.
Gráfico 9 – Acções dos sindicatos sobre o mercado de trabalho

                                                  (Consultar o gráfico fornecido nas aulas)
Onde:

W = Trabalho                                                  
r = Taxa salarial
L = (Qtd. trabalho)
D = Procura                       
S = Oferta                                                                   
O gráfico 9 expõe o impacto de níveis salariais elevados, que os sindicatos acordam previamente com os empregadores a pagaram ao nível estabelecido pela linha horizontal rr. O equilíbrio verifica-se em E’, ponto de encontro entre a curva da procura (D). Como o sindicato não diminui a oferta (S) como reagirá o mercado quando os salários se fixam acima do nível de equilíbrio? O nível de emprego é limitado pela procura de trabalhadores face aos salários praticados e assim, o número de trabalhadores que buscam emprego ultrapassa a procura no segmento E’F. Os trabalhadores excedentários ficam desempregados, à espera de postos de trabalho para o elevado nível de salários. Se não conseguirem arrancar emprego terão de procurar emprego noutros sectores de actividade económica. É como se os trabalhadores de E’ a F ficassem excluídos de obterem emprego por via do papel assumido pelos sindicatos.
Quanto à acção do Estado sobre o mercado de trabalho ela faz-se, essencialmente, sentir através da fixação de salário mínimo, fazendo elevar os salários dos trabalhadores não qualificados o suficiente para os tirar da pobreza. No entanto, há economistas que não têm uma opinião favorável sobre a fixação de salário mínimo uma vez que não reconhecem poder ao Governo para poder legislar sobre o preço das coisas. Por exemplo quando a legislação sobre o salário mínimo é aprovada, geralmente o emprego dos jovens é reduzida.    
Actividade 5
China tem seis milhões de consumidores de bens de luxo

A China tem seis milhões de consumidores que suportam o crescimento das vendas de produtos de alto luxo no país, que tem 1,3 mil milhões de habitantes.
A China tem seis milhões de consumidores que suportam o crescimento das vendas de produtos de alto luxo no país, que tem 1,3 mil milhões de habitantes, demonstra um estudo de mercado hoje divulgado em Pequim.·
Em 2015, 600 milhões de consumidores Chineses vão ter um poder de compra, equivalente à classe média dos quatro países mais ricos da Europa. A China não deve ser olhada como uma ameaça mas como uma oportunidade para as empresas Portuguesas.
O grupo, a que o estudo chama "consumidores de primeiro mundo", tem um rendimento médio familiar anual de 21,360 mil euros (218 mil reminbi) e um rendimento médio individual de 11,464 mil euros por ano (117 mil reminbi).·
O relatório "China Life Report 2006" baseia-se nos resultados de um ano de sondagens feitas pela Associação Nacional de Pesquisa Chinesa e pela companhia de cartões de crédito Mastercard, e conclui que 85% da elite de seis milhões de consumidores tem entre 25 e 39 anos.·
Os seis milhões de chineses com maior poder económico têm já carro, casa própria, cartão de crédito e apólices de seguro, gastam os seus rendimentos na compra de equipamentos digitais, jornais, revistas e outros meios de comunicação social, viajam regularmente para fora do país, jantam fora pelo menos três vezes por mês e dependem da Internet para compras e comunicação.·
O "China Life Report 2006" concluiu que cerca de 53% dos "consumidores do primeiro mundo" têm cursos universitários, 52% são quadros médios e superiores das empresas, e os sectores onde mais gastam dinheiro são cosméticos, desporto e recreio e viagens.·
Revelando as diferenças económicas na sociedade chinesa, o grupo de 32 milhões de pessoas a que o estudo chama "consumidores do segundo mundo" tem um rendimento individual anual de 1,928 mil euros (19,680 mil reminbi), 75% do total não tem educação universitária e mais de 72% trabalha no sector fabril e nos serviços, como bancos, transportes e restaurantes.·
As prioridades de consumo deste grupo são a compra e aluguer de casa, despesas médicas e hospitalares e na educação dos filhos.·
Os dois milhões de consumidores que o "China Life Report 2006" considera serem de "terceiro mundo" são parte das comunidades de pobres urbanos que existem em todas as grandes cidades chinesas.·
O estudo da MASTERCARD entrevistou cerca de 10 mil residentes nas 10 maiores cidades chinesas, com uma população total combinada de 40 milhões de habitantes, incluindo Pequim, Xangai, Cantão e Nanquim.
Ora aqui está mais um dado importante para que os nossos produtos Portugueses de Qualidade possam mais frequentemente viajar até aos consumidores Chineses.

Tendo em conta o texto apresentado, pronuncie-se sobre as determinantes da curva da procura (preferências dos consumidores/dimensão do mercado/rendimento médio dos consumidores/preços dos bens relacionados)

Actividade 6

No mercado de produção de cacau surgem muitas vontades expressas sobre este produto, sejam elas pertencentes a compradores ou a vendedores.
O quadro representado a seguir traduz algumas dessas vontades, no que se refere às quantidades de cacau, que estão dispostos a comprar e a vender, consoante as flutuações verificadas no preço do produto, no mercado internacional
COMPRADORES                          VENDEDORES
Preço/Quilo
(€)
Quantidade
Procurada (quilos)
Preço/Quilo
(€)
Quantidade
Oferecida (quilos)
1 000
5 000
1 000
1 000
2 000
3 500
2 000
2 500
2 500
2 500
2 500
4 000
3 000
1 000
3 000
5 000

a) Utilizando o sistema ortogonal cartesiano, represente no mesmo gráfico a curva da procura e da curva da oferta do cacau.
b) Determine a que preço deve ser transaccionado o cacau para que a quantidade oferecida seja igual à quantidade procurada.
c) Explique porque é que a situação referida em 2.1. só pode funcionar perante um mercado de concorrência perfeita. Justifique a sua afirmação.
d) Suponha agora que no mercado de produção de cacau apenas operam vendedores que estão concentrados em duas grandes empresas comerciais (a ALFA e a BETA). Os valores da empresa ALFA são os representados no quadro atrás. A empresa BETA apresenta os seguintes:
Preço/Quilo
(€)
Quantidade
Oferecida (quilos)
1 000
1 500
2 000
3 000
2 500
5 000
3 000
6 000
 Construa, a partir das curvas das duas ofertas individuais, a curva de oferta agregada.
 
Actividade 7
A CP – Comboios de Portugal – é uma empresa que goza de uma situação de monopólio no mercado de transportes. A propósito de um concerto que um conhecido cantor vai promover num estádio de futebol da cidade do Porto, pondera lançar uma vasta campanha promocional de preços dos bilhetes que irá praticar no apoio a este evento. Suponha que a CP recolheu os seguintes dados:

PROCURA (milhares)
10
20
30
40
45
PREÇO UNITÁRIO (€)
50
45
35
30
25
CUSTO UNITÁRIO [€)
35
30
25
20
15

                  a) Calcule o preço a que a CP deverá vender os seus bilhetes. Justifique a sua opção.
                  b) Explicite a (s) principal (ais) razão (ões) que pode (m) originar a que uma empresa actuando num mercado de oligopólio, lance uma campanha promocional agressiva de publicidade
                  c) “Uma empresa actuando num mercado de concorrência monopolística, obtém um lucro normal mais elevado do que se estivesse a operar num mercado de concorrência perfeita.” Comente a afirmação. Justifique as suas afirmações.

sábado, 5 de março de 2011

A Lei da Procura e a Lei da Oferta

3.3. A Lei da procura
A procura de um determinado bem define-se como um conjunto de intenções para a aquisição desse bem por parte dos consumidores.
A lei da procura resulta de uma relação entre a quantidade procurada de um bem e o seu respectivo preço e enuncia-se do seguinte modo: a quantidade procurada de um dado bem aumenta quando o preço desse bem baixa ou, desce quando o preço do bem aumenta.  
Graficamente traduz-se da seguinte forma: 

                                                           Gráfico 1 (Consultar a gráfico fornecido nas aulas)
Onde:
P = Preços
Q = Quantidades
D1 = Procura

3.3.1. A elasticidade da procura-preço

A elasticidade procura-preço mede a variação na quantidade procurada quando ocorre uma variação no preço. Assim, a elasticidade é uma medida de sensibilidade dos consumidores a variações no preço dos produtos. Segundo Samuelson, & Nordhaus (2005, 66), a elasticidade “é a variação percentual da quantidade procurada dividida pela variação percentual do preço.”           
A noção de elasticidade remete para as diversas reacções que os agentes económicos podem ter face à variação no preço dos diferentes bens 
Quando estamos perante o consumo de bens essenciais, como por exemplo os alimentos, a sua procura não se altera significativamente quando ocorrem variações no preço. Por outro lado, se for o caso da procura de um bem inferior (cuja venda diminui com o aumento do rendimento, p. ex., as televisões a preto e branco) ou produtos de luxo (carros, viagens, jóias, etc.) a sensibilidade ao preço aumenta.
Encontramos assim duas categorias que classificam os produtos conforme a reacção da sua procura face a variações no preço: os bens elásticos - quando a sua quantidade procurada responde fortemente a variações no preço e os bens rígidos (inelásticos) – quando a sua quantidade procurada responde ligeiramente a variações no preço.
3. 3.2. Deslocações da curva da procura relacionadas com as alterações dos seus determinantes

Sabemos (é o próprio senso comum que nos diz) que a quantidade procurada de determinado bem depende do seu preço. De facto, quanto maior for o preço de um bem, menor é a quantidade procurada desse mesmo bem. Da mesma forma, quanto menor for o seu preço, maior será a sua quantidade procurada.
Contudo, o preço não é a única determinante da procura. Na verdade são diversos os determinantes que podem contribuir para aumentar ou reduzir a procura orientada a um determinado bem.

3.3.2.1. Determinantes da curva da procura

a)    As preferências dos consumidores – resultam de uma grande variedade de influências: culturais, sociais, históricas, identitárias. Podem reflectir necessidades físicas ou psicológicas permanentes ou temporárias e podem ainda, ser influenciadas artificialmente, como é o caso quando são utilizadas técnicas comerciais de vendas e de marketing;
b)    O rendimento médio dos consumidores – é do senso comum que quanto maior for o rendimento dos consumidores, maior será a procura orientada ao bem. Há, no entanto, excepções quando estamos perante os chamados bens inferiores, cuja procura que lhe é orientada diminui quando o rendimento dos consumidores aumenta (por exemplo, a margarina);  
c)    A dimensão do mercado – influencia também a procura de um determinado bem, pois quanto maior for o número de consumidores maior é a procura de bens. Se acontecer um repentino crescimento da população (por exemplo, forte emigração) numa dada economia, daí resulta que a procura orientada à generalidade dos bens aumente proporcionalmente também na sua exacta medida;
d)    Os preços dos bens relacionados - existem dois tipos de relacionamento entre dois bens relacionados: ou são substitutos ou são complementares. Dois bens são substitutos quando, através do seu consumo, é possível satisfazer a mesma necessidade. São complementares quando, para satisfazer determinada necessidade, for necessário consumir os dois bens em simultâneo. É fácil assim de compreender que quando o preço de um bem substituto aumenta a procura dirigida a esse mesmo bem diminui sendo essa procura transferida para o seu substituto. Pelo contrário, se o preço de um bem complementar aumentar, a procura dirigida a esse mesmo bem diminui levando também a uma redução da procura dirigida ao bem seu complementar.
Bens relacionados

Os preços dos bens relacionados - existem dois tipos de relacionamento entre dois bens relacionados: ou são substitutos ou são complementares. Dois bens são substitutos quando, através do seu consumo, é possível satisfazer a mesma necessidade. São complementares quando, para satisfazer determinada necessidade, for necessário consumir os dois bens em simultâneo. É fácil assim de compreender que quando o preço de um bem substituto aumenta a procura dirigida a esse mesmo bem diminui sendo essa procura transferida para o seu substituto. Pelo contrário, se o preço de um bem complementar aumentar, a procura dirigida a esse mesmo bem diminui levando também a uma redução da procura dirigida ao bem seu complementar.

3.4. A Lei da oferta
A oferta de um determinado bem define-se como um conjunto de intenções de venda desse bem por parte dos produtores (empresas).
A lei da oferta resulta de uma relação entre a quantidade oferecida de um bem e o seu respectivo preço e enuncia-se do seguinte modo: a quantidade oferecida de um dado bem aumenta quando o preço desse bem sobe, ou desce, quando o preço do bem desce.  
Graficamente traduz-se da seguinte forma: 

                            Gráfico 2 (consultar o gráfico fornecido nas aulas)
                            Onde:
P = Preços
Q = Quantidades
S = Oferta
3.4.1. A elasticidade da oferta-preço

A oferta não se confunde com vendas. A oferta apenas traduz as intenções de venda. Para um dado preço existe uma quantidade oferecida, mas essa oferta só se traduzirá em vendas se existir procura suficiente, equivalente ou superior à quantidade oferecida. No caso de não existir procura suficiente, parte da oferta ficará por vender, constituindo-se em excedente.
No gráfico anterior observamos que a inclinação da curva da oferta (que neste caso é uma recta) é positiva, significa que as duas variáveis, preço e quantidade, andam no mesmo sentido. Tal facto traduz que o aumento do preço de um bem traduz-se num acréscimo da sua oferta.

3.4.2. Deslocações da curva da oferta relacionadas com as alterações dos seus determinantes

A lei da oferta, traduz-se, graficamente, em deslocações ao longo da curva. Podem, no entanto, ocorrer, igualmente, deslocações da curva. Vejamos o exemplo do gráfico 3, onde a curva da oferta, inicialmente na posição S1, sofre uma deslocação para a direita, para a posição S2.
Que significado tem esta deslocação? Na posição S2, a quantidade oferecida é consistentemente maior, para todos os possíveis preços, do que acontecia na posição inicial S1.

                                                           Gráfico 3  (Consultar o gráfico fornecido nas aulas)                                         
                Onde:
            P = Preços
            Q = Quantidades
            S1/S2 = Oferta  

Vejamos a seguinte situação 1:
O que orientará esta deslocação da curva da oferta para a direita? 
Existem causas possíveis para este comportamento.
a)    Diminuição dos custos de produção – os vendedores colocam maior quantidade dos seus produtos à venda desde que consigam produzir os mesmos produtos a um preço mais baixo, e mesmo assim obtenham lucros suficientes para a sua actividade. A diminuição dos custos de produção pode ter diversas origens entre as quais a baixa dos preços das matérias-primas, descida do preço da mão-de-obra, progressos tecnológicos ou melhores funcionalidades organizativas que permitam produzir mais e com os mesmos custos;
b)    Melhores condições climatéricas – que se reflectem em melhores níveis de produção, mantendo-se o mesmo padrão de custos.
Vejamos a seguinte situação 2:
O que orientará esta deslocação da curva da oferta para a esquerda (gráfico 4)?
Existem causas possíveis para este comportamento que passam por.
a)    Aumento dos custos de produção – que origina consistentemente, para todos os preços, uma menor quantidade oferecida do bem;
b)    Condições climatéricas desfavoráveis - que se reflectem no agravamento dos níveis de produção, elevando o padrão de custos.

                                                                                              Gráfico 4
                               Onde:
                        P = Preços
                        Q = Quantidades
                        S1/S2 = Oferta     

3.5. O equilíbrio no mercado de concorrência perfeita
Existindo condições de concorrência perfeita num mercado, o preço que daí resulta tende a situar-se no ponto onde a oferta iguala a procura. Neste caso o preço assume a designação de preço de equilíbrio e graficamente corresponde ao ponto onde se dá o cruzamento entre a curva da procura e a curva da oferta (gráfico 5). 
Equilíbrio traduz a ideia de estabilidade. O preço de equilíbrio significa a estabilidade pontual do mercado. 
               
Preço de Equilíbrio                              Gráfico 5
                                                       Onde: (Consultar o gráfico fornecido nas aulas)
                        P = Preços
                        Q = Quantidades
                        S = Oferta
                        D = Procura
                        Pe = Preço equilíbrio
                        Qe = Quantidade equilíbrio