quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os agentes económicos e actividades económicas

Agentes económicos e actividades económicas
 Os agentes económicos

Todos nós participamos de algum modo na actividade económica, quer seja porque consumimos, quer porque contribuímos para a produção ou porque estabelecemos relações de troca com outros países. Para uma melhor compreensão de todo processo, os vários intervenientes são agregados em categorias diferentes de acordo com a principal função que desempenham. No entanto, convém salientar que embora cada indivíduo possa exercer mais do que uma função em simultâneo, ele só poderá pertencer a uma categoria, aquela que melhor representa a sua função principal.
 Os agentes económicos são assim todas as entidades individuais ou colectivas que se agregam numa categoria, por desempenharem a mesma função na actividade económica. As principais categorias de agentes económicos que existem são: 

Famílias: é a categoria que dá especial atenção ao consumo, isto é, agrega os indivíduos enquanto representantes do consumo de um país. Embora neste agente também se incluam indivíduos que desempenham outras funções como, por exemplo, os trabalhadores que entregam a sua força de trabalho às empresas ou os empresários que aplicam a sua capacidade de empreendimento à produção de bens e serviços, a principal função que caracteriza as famílias é o consumo, pois uma grande parte dos seus rendimentos utilizada para consumir.
      Empresas: nesta categoria incluem-se todas as unidades produtivas de um país que contribuem para a criação de bens e serviços, sendo a produção a principal função exercida. Mas ainda podemos decompor este agente em dois: as empresas não financeiras e as empresas financeiras, as quais designamos de Instituições financeiras. As empresas não financeiras são aquelas que produzem os bens e serviços não financeiros (aquelas que, normalmente, chamamos simplesmente de empresas) e as Instituições financeiras são as que comercializam produtos financeiros, como os bancos ou as seguradoras.
·         Estado (Administração Pública): engloba a Administração Central, as autarquias locais e a Segurança Social e tem como função principal promover a satisfação das necessidades colectivas. O Estado dedica-se à produção de bens e serviços que os particulares normalmente não estão dispostos a oferecer e que, por várias razões, têm de ser prestadas por entidades isentas. São exemplo disso a educação, a saúde, a justiça, a defesa, etc.
Por outro lado, para além de fornecer bens e serviços com vista à satisfação das necessidades colectivas, o Estado também intervém na economia através da redistribuição dos rendimentos. O Estado cobra impostos e outras contribuições a quem tem fontes de rendimento, para os entregar aos mais carenciados sob a forma de prestações sociais como, por exemplo os subsídios de desemprego ou as pensões.
Resto do Mundo: este agente reflecte a abertura das economias nacionais à comunidade internacional, apresentando as relações económicas que se operam entre um país e o resto do mundo. Também pode ser denominado como Exterior. Aqui registam-se as transacções realizadas entre os agentes nacionais e os agentes estrangeiros. Actualmente, quase não se pode falar em economias fechadas, pelo que é praticamente impossível viver sem estabelecer relações de troca com outros povos. A maioria das nações estabelece relações económicas com outros países, vivendo assim em modelos de economia aberta.


Actividades económicas
No primeiro módulo, vimos que a actividade económica corresponde ao conjunto de operações levadas a cabo pelos agentes económicos, com o objectivo de criar bens e serviços capazes de satisfazer as necessidades do Homem. Também foi dito que a actividade económica engloba a Produção, a Distribuição, a Repartição e a Utilização dos Rendimentos. Analisemos agora o modo como se encadeiam estas actividades.
A Natureza fornece-nos os recursos em bruto para depois serem transformados em bens capazes de satisfazer necessidades. Mas os bens percorrem um longo caminho até ficarem aptos para serem consumidos. Numa primeira fase, passam pela produção que é a actividade onde são gerados através de processos de transformação, como é o caso das matérias-primas que, depois de transformadas, dão origem a produtos acabados prontos para serem comercializados.
A etapa seguinte é a distribuição que engloba duas actividades, o transporte e o comércio. Os bens, por um lado, têm de ser transportados desde o produtor até ao utilizador, podendo neste caso ser o consumidor final ou outro agente que os possa usar como intermédios no processo de fabrico de outros bens. O comércio, por outro lado, permite que os bens sejam colocados à disposição dos consumidores de forma prática e conveniente.
A comercialização dos bens gera rendimentos que são distribuídos por todos os agentes participantes na actividade económica. Esta distribuição denomina-se repartição dos rendimentos e revela o contributo de cada um no processo produtivo.
Assim, cada interveniente obtém os rendimentos de acordo com a sua participação na actividade económica:
- Os trabalhadores são remunerados através de salários;
- Os empresários recebem lucros;
- Os proprietários de imóveis cobram rendas;
- Os detentores de capital auferem juros.
Por outro lado, também importa compreender o modo como se processa a utilização dos rendimentos, ou seja, saber o que acontece aos rendimentos gerados nas actividades de produção e distribuição de bens. Os rendimentos distribuídos pelos agentes que participaram na actividade económica podem ter dois destinos, eles podem ser empregues em consumo ou poupança.
O consumo consiste na utilização imediata de um rendimento na aquisição de bens e serviços com o objectivo de satisfazer as necessidades actuais. A poupança é a utilização do rendimento diferida no tempo, isto é, quando os detentores do capital renunciam a possibilidade de o utilizar no momento presente para poderem consumir no futuro.

     

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