sábado, 5 de março de 2011

A Lei da Procura e a Lei da Oferta

3.3. A Lei da procura
A procura de um determinado bem define-se como um conjunto de intenções para a aquisição desse bem por parte dos consumidores.
A lei da procura resulta de uma relação entre a quantidade procurada de um bem e o seu respectivo preço e enuncia-se do seguinte modo: a quantidade procurada de um dado bem aumenta quando o preço desse bem baixa ou, desce quando o preço do bem aumenta.  
Graficamente traduz-se da seguinte forma: 

                                                           Gráfico 1 (Consultar a gráfico fornecido nas aulas)
Onde:
P = Preços
Q = Quantidades
D1 = Procura

3.3.1. A elasticidade da procura-preço

A elasticidade procura-preço mede a variação na quantidade procurada quando ocorre uma variação no preço. Assim, a elasticidade é uma medida de sensibilidade dos consumidores a variações no preço dos produtos. Segundo Samuelson, & Nordhaus (2005, 66), a elasticidade “é a variação percentual da quantidade procurada dividida pela variação percentual do preço.”           
A noção de elasticidade remete para as diversas reacções que os agentes económicos podem ter face à variação no preço dos diferentes bens 
Quando estamos perante o consumo de bens essenciais, como por exemplo os alimentos, a sua procura não se altera significativamente quando ocorrem variações no preço. Por outro lado, se for o caso da procura de um bem inferior (cuja venda diminui com o aumento do rendimento, p. ex., as televisões a preto e branco) ou produtos de luxo (carros, viagens, jóias, etc.) a sensibilidade ao preço aumenta.
Encontramos assim duas categorias que classificam os produtos conforme a reacção da sua procura face a variações no preço: os bens elásticos - quando a sua quantidade procurada responde fortemente a variações no preço e os bens rígidos (inelásticos) – quando a sua quantidade procurada responde ligeiramente a variações no preço.
3. 3.2. Deslocações da curva da procura relacionadas com as alterações dos seus determinantes

Sabemos (é o próprio senso comum que nos diz) que a quantidade procurada de determinado bem depende do seu preço. De facto, quanto maior for o preço de um bem, menor é a quantidade procurada desse mesmo bem. Da mesma forma, quanto menor for o seu preço, maior será a sua quantidade procurada.
Contudo, o preço não é a única determinante da procura. Na verdade são diversos os determinantes que podem contribuir para aumentar ou reduzir a procura orientada a um determinado bem.

3.3.2.1. Determinantes da curva da procura

a)    As preferências dos consumidores – resultam de uma grande variedade de influências: culturais, sociais, históricas, identitárias. Podem reflectir necessidades físicas ou psicológicas permanentes ou temporárias e podem ainda, ser influenciadas artificialmente, como é o caso quando são utilizadas técnicas comerciais de vendas e de marketing;
b)    O rendimento médio dos consumidores – é do senso comum que quanto maior for o rendimento dos consumidores, maior será a procura orientada ao bem. Há, no entanto, excepções quando estamos perante os chamados bens inferiores, cuja procura que lhe é orientada diminui quando o rendimento dos consumidores aumenta (por exemplo, a margarina);  
c)    A dimensão do mercado – influencia também a procura de um determinado bem, pois quanto maior for o número de consumidores maior é a procura de bens. Se acontecer um repentino crescimento da população (por exemplo, forte emigração) numa dada economia, daí resulta que a procura orientada à generalidade dos bens aumente proporcionalmente também na sua exacta medida;
d)    Os preços dos bens relacionados - existem dois tipos de relacionamento entre dois bens relacionados: ou são substitutos ou são complementares. Dois bens são substitutos quando, através do seu consumo, é possível satisfazer a mesma necessidade. São complementares quando, para satisfazer determinada necessidade, for necessário consumir os dois bens em simultâneo. É fácil assim de compreender que quando o preço de um bem substituto aumenta a procura dirigida a esse mesmo bem diminui sendo essa procura transferida para o seu substituto. Pelo contrário, se o preço de um bem complementar aumentar, a procura dirigida a esse mesmo bem diminui levando também a uma redução da procura dirigida ao bem seu complementar.
Bens relacionados

Os preços dos bens relacionados - existem dois tipos de relacionamento entre dois bens relacionados: ou são substitutos ou são complementares. Dois bens são substitutos quando, através do seu consumo, é possível satisfazer a mesma necessidade. São complementares quando, para satisfazer determinada necessidade, for necessário consumir os dois bens em simultâneo. É fácil assim de compreender que quando o preço de um bem substituto aumenta a procura dirigida a esse mesmo bem diminui sendo essa procura transferida para o seu substituto. Pelo contrário, se o preço de um bem complementar aumentar, a procura dirigida a esse mesmo bem diminui levando também a uma redução da procura dirigida ao bem seu complementar.

3.4. A Lei da oferta
A oferta de um determinado bem define-se como um conjunto de intenções de venda desse bem por parte dos produtores (empresas).
A lei da oferta resulta de uma relação entre a quantidade oferecida de um bem e o seu respectivo preço e enuncia-se do seguinte modo: a quantidade oferecida de um dado bem aumenta quando o preço desse bem sobe, ou desce, quando o preço do bem desce.  
Graficamente traduz-se da seguinte forma: 

                            Gráfico 2 (consultar o gráfico fornecido nas aulas)
                            Onde:
P = Preços
Q = Quantidades
S = Oferta
3.4.1. A elasticidade da oferta-preço

A oferta não se confunde com vendas. A oferta apenas traduz as intenções de venda. Para um dado preço existe uma quantidade oferecida, mas essa oferta só se traduzirá em vendas se existir procura suficiente, equivalente ou superior à quantidade oferecida. No caso de não existir procura suficiente, parte da oferta ficará por vender, constituindo-se em excedente.
No gráfico anterior observamos que a inclinação da curva da oferta (que neste caso é uma recta) é positiva, significa que as duas variáveis, preço e quantidade, andam no mesmo sentido. Tal facto traduz que o aumento do preço de um bem traduz-se num acréscimo da sua oferta.

3.4.2. Deslocações da curva da oferta relacionadas com as alterações dos seus determinantes

A lei da oferta, traduz-se, graficamente, em deslocações ao longo da curva. Podem, no entanto, ocorrer, igualmente, deslocações da curva. Vejamos o exemplo do gráfico 3, onde a curva da oferta, inicialmente na posição S1, sofre uma deslocação para a direita, para a posição S2.
Que significado tem esta deslocação? Na posição S2, a quantidade oferecida é consistentemente maior, para todos os possíveis preços, do que acontecia na posição inicial S1.

                                                           Gráfico 3  (Consultar o gráfico fornecido nas aulas)                                         
                Onde:
            P = Preços
            Q = Quantidades
            S1/S2 = Oferta  

Vejamos a seguinte situação 1:
O que orientará esta deslocação da curva da oferta para a direita? 
Existem causas possíveis para este comportamento.
a)    Diminuição dos custos de produção – os vendedores colocam maior quantidade dos seus produtos à venda desde que consigam produzir os mesmos produtos a um preço mais baixo, e mesmo assim obtenham lucros suficientes para a sua actividade. A diminuição dos custos de produção pode ter diversas origens entre as quais a baixa dos preços das matérias-primas, descida do preço da mão-de-obra, progressos tecnológicos ou melhores funcionalidades organizativas que permitam produzir mais e com os mesmos custos;
b)    Melhores condições climatéricas – que se reflectem em melhores níveis de produção, mantendo-se o mesmo padrão de custos.
Vejamos a seguinte situação 2:
O que orientará esta deslocação da curva da oferta para a esquerda (gráfico 4)?
Existem causas possíveis para este comportamento que passam por.
a)    Aumento dos custos de produção – que origina consistentemente, para todos os preços, uma menor quantidade oferecida do bem;
b)    Condições climatéricas desfavoráveis - que se reflectem no agravamento dos níveis de produção, elevando o padrão de custos.

                                                                                              Gráfico 4
                               Onde:
                        P = Preços
                        Q = Quantidades
                        S1/S2 = Oferta     

3.5. O equilíbrio no mercado de concorrência perfeita
Existindo condições de concorrência perfeita num mercado, o preço que daí resulta tende a situar-se no ponto onde a oferta iguala a procura. Neste caso o preço assume a designação de preço de equilíbrio e graficamente corresponde ao ponto onde se dá o cruzamento entre a curva da procura e a curva da oferta (gráfico 5). 
Equilíbrio traduz a ideia de estabilidade. O preço de equilíbrio significa a estabilidade pontual do mercado. 
               
Preço de Equilíbrio                              Gráfico 5
                                                       Onde: (Consultar o gráfico fornecido nas aulas)
                        P = Preços
                        Q = Quantidades
                        S = Oferta
                        D = Procura
                        Pe = Preço equilíbrio
                        Qe = Quantidade equilíbrio

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