sábado, 9 de outubro de 2010

Módulo 1: Exercícios

Módulo 1

Texto 1:

Imaginando um hospital, com médicos especializados em diversas áreas, há algo que é comum a todos: o seu objecto é sempre o estado de saúde de um ser humano, cujo conhecimento exaustivo requer a intervenção conjugada dos vários saberes médicos. As Ciências sociais podem funcionar de modo similar na sua função de “diagnosticar” a realidade social. Esta realidade – conjunto dos fenómenos que se produzem e reproduzem na sociedade – é com efeito o objecto real sobre o qual se debruçam as várias Ciências sociais. Temas da realidade social como – escola / trabalho / desemprego / família – são estudo das ciências sociais.
É errado pensar que a realidade social se reparte em sectores distintos e que cada ciência social estuda o seu campo específico do real. Na verdade, a pluralidade dos ramos das Ciências sociais não significa que se possa dividir quer a realidade social, quer os seus fenómenos particulares em compartimentos perfeitamente separados. 
A realidade social constitui uma unidade indivisível e complexa, cuja análise pode ser efectuada segundo perspectivas disciplinares ou olhares científicos diferentes. Quando por isso os cientistas sociais se referem a análise económica, ou outra, estão apenas a usar um recurso linguístico que visa ajudar a compreender uma realidade vasta, complexa e pluridimensional, dividindo-a artificialmente de acordo com os seus interesses disciplinares próprios – sem que, todavia, se deva confundir essa divisão disciplinar com a realidade social que é sempre indivisível.  
O estudo de um fenómeno por uma dada ciência em exclusivo, pondo de parte os contributos de outras áreas do saber, também não permite a sua compreensão global. Já será diferente se houver uma acção conjugada e complementar das varias Ciências sociais – acção interdisciplinar – opção que se revela mais capaz de produzir conhecimentos integrados, completos e profundos, mais próximos da realidade social entendida como uma totalidade.
Este conceito de “fenómeno social total” caracteriza os fenómenos que – seja na sua estrutura própria, seja nas suas relações e determinações – têm implicações simultaneamente em vários níveis e em diferentes dimensões do real-social, sendo portanto susceptíveis, pelo menos potencialmente, de interessar a varias, quando não a todas as Ciências Sociais.  Dito de outra forma, apresentam vários níveis de significado (são pluridimensionais) e sujeitam-se, como tal, a diferentes perspectivas de análise. É como se a realidade social fosse constituída por camadas sobrepostas, cuja descoberta sucessiva vai revelando uma totalidade diferente dos aspectos particulares que a integram.

a)    Explicite o sentido da afirmação sublinhada no texto;
b)    Apresente as principais características das Ciências Sociais.

 
Texto 2:

O que é a Economia? É o estudo da forma como as sociedades decidem a utilização de recursos escassos passíveis de usos alternativos, para produzir bens de índole variada e reparti-los entre os diferentes grupos.
Estuda-se a Economia por variadas razões: para compreender os problemas que afectam os cidadãos e as famílias; para ajudar os governos a promover o crescimento e a melhorar a qualidade de vida, ao mesmo tempo que evitam a depressão e a inflação, e para analisar os fascinantes padrões de comportamento social. Porque as questões económicas se colocam tanto na vida diária como a nível nacional, um conhecimento básico é imprescindível para a tomada de decisões acertadas, tanto pelos indivíduos como pelos países. Samuelson & Nordhaus.

a)    Explique, tendo em atenção o texto, em que consiste o objecto de estudo da Economia


Texto 3:
A palavra economia vem dos vocábulos gregos "oikos" e "nomos", que exprimem, respectivamente, a ideia de "casa/riqueza" e "regra". Podemos, então, dizer que, etimologicamente, a palavra economia significa regra da casa. E, no fundo, assim é: tal como o casal gere o orçamento familiar para satisfazer as suas necessidades, providenciando para que nada falte ou que pelo menos as necessidades elementares sejam providas, dizendo hoje que não à consola de videojogos que o filho tanto queria, para amanhã lhe poder dar o computador que lhe serve para estudar e também jogar, assim a economia prende-se com a forma como o homem cria e utiliza bens escassos com vista à satisfação das suas necessidades e ao aumento do seu bem-estar.
E se é sem esforço que reconhecemos os problemas económicos como questões do quotidiano (muita vezes sem darmos por isso quando, por exemplo de manhã abrimos a torneira para o banho diário, ou quando confrontamos o nosso dinheiro com o preço das coisas de que necessitamos ou gostaríamos simplesmente de comprar) nem sempre, reconhecemos os problemas do mundo de hoje como problemas de natureza fundamentalmente económica, embora eles tenham essa dimensão implícita. Quantas vezes as crises que conduzem às guerras têm raízes económicas, ou as consequências de determinados fenómenos sociais, como a discriminação racial, os fluxos migratórios, ou o envelhecimento da população - cujas causas podem ser fundamentalmente de carácter cultural, político ou resultante da evolução científica ou médica - têm implicações no domínio económico.
Na verdade, os fenómenos económicos são os decorrentes da actividade económica, ou seja, os decorrentes da produção de bens escassos para satisfazer as necessidades ilimitadas do homem. Ora a actividade económica não é mais do que uma parte da vida em sociedade, não é mais do que um domínio da realidade social: o agricultor que lavra a terra e semeia as batatas é o mesmo que vende as mercadorias no mercado abastecedor, que baptiza o seu filho na igreja paroquial, que foi eleito pelo partido X para a Assembleia Municipal e que é sócio do clube de futebol da sua região.
Mas hoje, mercê da internacionalização do comércio, da produção e dos capitais, a dimensão dos problemas económicos assume a escala planetária. As economias dos diferentes países estão cada vez mais dependentes e integradas (União Europeia, NAFTA, MERCOSUL), a mundialização da economia e a globalização são realidades vivenciadas por todos, mesmo por aqueles que não sabem o que isso é ou o seu porquê.
Por isso, o estudo da Economia:
  • Fornece uma base lógica de entendimento e raciocínio que possibilita a análise de situações sociais;
  • Favorece a integração social do indivíduo, pela visão mais ampla e correcta que proporciona da vivência em sociedade
  • Promove o desenvolvimento de capacidades e atitudes de intervenção positiva como cidadão consciente.
a)    Procura encontrar outras definições de Economia recorrendo a várias fontes, como livros ou Internet e debata-as com os seus colegas.

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