quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Taxa de inflação homóloga e média

Noção de taxa de inflação média anual: expressa a média de variação dos preços dos bens considerados no “cabaz” ao longo do ano;
Noção de taxa de inflação homóloga: compara a variação do preço do “cabaz” num determinado mês, relativamente ao preço do “cabaz” no mesmo mês do ano anterior.

Taxa de variação mensal
A variação mensal compara o nível do índice entre dois meses consecutivos. Embora seja um indicador que permite um acompanhamento corrente do andamento dos preços, o valor desta taxa de variação é particularmente influenciado por efeitos de natureza sazonal e outros mais específicos localizados num (ou em ambos) dos meses comparados.

Taxa de variação homóloga
A variação homóloga compara o nível do índice entre o mês corrente e o mesmo mês do ano anterior. Esta taxa de variação, perante um padrão estável de sazonalidade, não é afectada por oscilações desta natureza podendo, no entanto, ser influenciada por efeitos localizados num mês específico.

Taxa de variação média dos últimos doze meses
A variação média dos últimos doze meses compara o nível do índice médio dos últimos doze meses com os doze meses imediatamente anteriores. Por ser uma média móvel, esta taxa de variação é menos sensível a alterações esporádicas nos preços. O valor desta taxa no mês de Dezembro corresponde à taxa de inflação
anual.
 

Texto: http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Taxa_hom%C3%B3loga

Taxa homóloga

De Thinkfn

Uma Taxa homóloga, ou taxa de variação homóloga, é aquela que compara o valor de uma variável no ano de 2007, com o valor dessa variável no mesmo momento, no ano anterior. Em inglês, de uma forma mais directa, a essa variação chama-se variação "Year over Year" (YoY).

Por exemplo, para calcular a taxa de inflação homóloga de Outubro de 2007, iríamos comparar o Índice de Preços no Consumidor de Outubro de 2007 com o índice de preços em Outubro de 2006, da seguinte forma: 

I = (IPC 2007/IPC 2006) - 1


Quadro n.º 1
Meses
Índices Mensais (Base 100 = 2002)
Anos
2007
2008
2009
Janeiro
112,2
115,4
98,7
Fevereiro
112,2
115,4
98,6
Março
113,6
117,1
99,4
Abril
114,6
117,5
99,7
Maio
114,8
118,0

Junho
114,7
118,6

Julho
114,4
117,9

Agosto
113,9
117,3

Setembro
114,4
117,9

Outubro
115,0
117,7

Novembro
115,4
116,9

Dezembro
115,5
116,4

Leitura do Quadro n.º 1:
1)    Taxa de inflação média dos últimos 12 meses para Abril de 2009

TIM Abril2008/Abril2009 = Consultar a fórmula fornecida nas aulas
TIM Abril 2008/Abril 2009 = [(1689,8 ÷1454,6) – 1] x 100
TIM Abril 2008/Abril 2009 = 16,17 %
Significa que em Abril de 2009, o nível médio dos preços dos últimos doze meses cresceu 16,17 % relativamente aos doze meses anteriores.

2)    Taxa de inflação homóloga de Abril de 2009
TIM = Consultar a fórmula fornecida nas aulas
TIM = [(99,7 ÷117,5) – 1] x 100
TIM = - 15,15 %
Significa que em Abril de 2009, o nível geral de preços foi inferior em 15,15 % ao valor observado em Abril de 2008.
3)    Taxa de inflação mensal de Abril de 2009
TIM = Consultar a fórmula fornecida nas aulas
TIM = [(99,7 ÷99,4) – 1] x 100
TIM = 0,3 %
Significa que de Março para Abril de 2009, o nível de preços no consumidor registou uma variação positiva de 0,3 %.
O gráfico abaixo representado compara IPC com a inflação subjacente. 
Consultar a fórmula fornecida nas aulas
Taxa de variação homóloga do IPC diminui para -0,5%
Em Abril de 2009, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma taxa de variação homóloga de -0,5%, (inferior em 0,1pontos percentuais (p.p.) à observada em Março). Excluindo a energia e os bens alimentares não transformados, a taxa de variação do IPC foi de 0,9%, idêntica à verificada no mês anterior. A variação mensal situou-se em 0,2% (0,8% em Março de 2009 e 0,3% em Abril de 2008). A variação média dos últimos doze meses diminuiu para 1,6%, menos 0,3 p.p. que em Março. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma variação homóloga de -0,6%, (idêntica à registada no mês anterior), 1,2 p.p. inferior à variação homóloga estimada pelo Eurostat para a área do Euro. O IHPC registou uma variação mensal de 0,4% e uma taxa de variação média dos últimos doze meses de 1,6%.
O IHPC (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) e o IPC (Índice de Preços no Consumidor)
Segundo o INE o IHPC “«é o indicador de inflação mais apropriado para comparações entre os diferentes países da União Europeia. O seu desenvolvimento decorre da necessidade, expressa no Tratado da União Europeia em relação aos critérios de convergência, de medir a inflação numa base comparável em todos os Estados-membros. Este indicador é, desde Fevereiro de 1999, utilizado pelo Banco Central Europeu como instrumento para aferir a estabilidade dos preços” dentro da área do Euro. O actual IHPC (2005 = 100) é produzido em cada Estado-membro seguindo uma metodologia desenvolvida por especialistas no domínio dos preços, no âmbito do Grupo de Trabalho do Eurostat sobre “Harmonização dos Índices de Preços no Consumidor».
Do ponto de vista metodológico, não existem grandes diferenças entre o IHPC e o IPC. No entanto, o diferente âmbito de cobertura populacional do IHPC origina uma estrutura de ponderação diferente da utilizada no IPC. A diferença de cobertura resulta do facto da estrutura do IHPC incluir, ao contrário do IPC, a despesa realizada pelos não residentes (“turistas”), podendo os dois indicadores apresentar, por este motivo, resultados não coincidentes (…).
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&
PUBLICACOESpub_boui=69363423&PUBLICACOESmodo=2
Consultar o gráfico fornecido nas aulas

4.6.3. Consequências da inflação no valor da moeda e no poder de compra
Repercussões da inflação no valor da moeda

Quando a economia sofre de um processo inflacionário o valor da moeda sente efeitos quase imediatos que têm repercussão no funcionamento geral da vida económica.
As principais consequências são as seguintes:

Depreciação do valor de moeda – que se traduz numa situação onde a moeda vale menos. O aumento dos preços faz com que o consumidor compre, com a mesma quantidade de moeda, cada vez menos produtos;  
Deterioração das condições de vida dos cidadãos – isto porque o salário real cai face ao salário nominal. A acrescentar a esta situação, em geral, a qualidade de vida torna-se inferior, nomeadamente para as pessoas cujo rendimento é fixo (como é o caso dos pensionistas) que vêem o seu rendimento a desvalorizar progressivamente;
*    Entesouramento de ouro, jóias ou de divisas estrangeiras – uma vez que este tipo de bens não se desvalorizam em consequência da quebra de confiança na moeda desvalorizada;
Agravamento do próprio processo inflacionário – com o receio de um contínuo aumento dos preços pode surgir um acréscimo da procura, sem que este não seja acompanhado por uma maior produção;
Redução do investimento – porque os empresários tendem a retrair as decisões de investimento visto que se torna difícil prever os custos o que lhes cria insegurança e desequilíbrio;
Surgimento de indexação – que é um sistema de preço em função de bens e serviços com valores elevados, no intuito de não permitir que surja algum com valor desfasado. Este processo ocorre para aumentar o valor dos bens e serviços no futuro, por causa de aumentos do passado, com o objectivo de garantir o poder aquisitivo e o valor da moeda. 
Já vimos que a inflação consiste num processo contínuo e generalizado de aumento dos preços em vigor dos bens e serviços numa dada economia ao longo de um dado período (geralmente um ano).
 A inflação ao incidir sobre a generalidade dos preços e salários duma economia repercute-se em tudo pelo que é muito importante o seu controlo, uma vez que este fenómeno económico pode gerar uma crise económica.
A inflação tem repercussões essencialmente ao nível do poder de compra e dos salários dos consumidores (a diminuição do poder de compra leva à diminuição da procura e esta, por sua vez, origina diminuição das vendas).
A diminuição do poder de compra também pode ser provocada pelo aumento da inflação que leva ao aumento de custos de produção, originando por sua vez, a diminuição dos lucros, dos salários e consequente diminuição do poder de compra.
A inflação é relevante na economia pois pode originar um ciclo viciosos de pobreza, o que pode ser grave e originar uma crise de contornos imprevisíveis.
Actividade 6

Texto: Inflação Antecipada “vs” Não Antecipada - Na análise da inflação, uma importante distinção é se os aumentos de preços estão, ou não, antecipados. Suponha que todos os preços estão a aumentar 3 % todos os anos e todos esperam que esta tendência se mantenha. Haverá alguma razão para ficar inquieto em relação à inflação? Faria alguma diferença se as taxas de inflação, efectiva e esperada, fossem 1, ou 3 ou 5 % por ano? Os economistas, em geral, pensam que a inflação antecipada a taxas moderadas tem um efeito diminuto sobre a eficiência económica, ou sobre a distribuição do rendimento e da riqueza. As pessoas simplesmente ajustariam o seu comportamento a uma medida variável.
Mas a realidade é que a inflação é geralmente não antecipada. (…) o povo russo viveu acostumado a preços estáveis durante muitas décadas. Quando os preços foram libertos do controlo do planeamento central em 1992, ninguém, nem os economistas profissionais, previu que os preços subiriam 400 000 % ao longo dos 5 anos seguintes. (…)
Em países mais estáveis como os EUA, o impacto da inflação não antecipada é menos significativo, mas verifica-se a questão geral. Um salto inesperado nos preços irá empobrecer alguns e enriquecer outros. Qual é o custo da redistribuição? Samuelson, P. & Nordhaus, W. (2005, 672). Economia. McGrawHill.    
 Comente a frase destacada no texto.
 
Valor nominal e valor real
Há um problema muito comum na discussão de números que é a enorme quantidade de maneiras em que eles podem ser apresentados. Mesmo quando falamos da mesma estatística, podemos utilizar grandezas em valor nominal ou em valor real.
O valor nominal difere essencialmente do valor real por considerar a evolução dos preços na economia, ou seja, a inflação.
Valor real, em economia, é o valor de um produto independente de seu preço no mercado. Matematicamente, corresponde ao custo de produção menos a depreciação verificada.
Por exemplo, o valor real de um carro a que falta o GPS corresponde ao custo de produção do carro menos o custo de produção do GPS. O mesmo vale para a desvalorização do produto devido à obsolescência, isto é, mesmo que não tenha sido usado e que funcione perfeitamente.
Costuma-se contrapor valor real a valor de mercado.
 
NOTA: Na economia do dia-a-dia a passagem de valores nominais para valores reais faz-se através do IPC (Índice de Preços no Consumidor) que como já vimos atrás traduz uma média ponderada dos preços num determinado ano em relação ao ano base, medido sempre em número índice.
Actividade 7
Exercício: Suponha que no país ALFA, a taxa de inflação anual foi de 5 % e que os salários nesse país subiram, em média, 3 % no ano posterior.
Pronuncie-se sobre o nível de vida dos trabalhadores desse país para esse período.
















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