domingo, 9 de janeiro de 2011

Melhorar a eficácia da produção

Melhorar a eficácia da produção

O modo como se combinam os diferentes factores de produção é determinante para a eficácia da actividade produtiva. A forma de organização do processo produtivo de cada empresa está directamente relacionada com a sua competitividade, pois uma utilização racional e eficiente dos recursos potencia a criação de ganhos de produtividade que, por sua vez, são geradores de riqueza. Dizemos, então, que para haver crescimento económico é necessário melhorar a eficácia da actividade produtiva.
 
·  Os ganhos de produtividade na empresa
Há dois mecanismos bem distintos que podem actuar numa empresa. As economias de escala e os ganhos de produtividade. Para realizar economias de escala, a empresa procura aumentar as quantidades produzidas a fim de beneficiar de uma diminuição dos custos de produção unitários (melhor repartição dos encargos fixos, por exemplo). Mas, em contrapartida, uma melhoria da produtividade pode ser obtida sem se aumentar a escala de produção, isto é, as quantidades produzidas. Aumentar a produtividade consiste em produzir mais com a mesma quantidade de factores, ou então, produzir o mesmo com uma menor quantidade de factores.
A melhoria da produtividade numa empresa permite criar rendimentos suplementares. Os ganhos de produtividade, ligados á melhoria da eficácia dos factores de produção, representam um recurso suplementar que a empresa pode repartir entre vários beneficiários: os trabalhadores (aumenta-se a sua remuneração), os consumidores (baixam-se os preços), a própria empresa (crescimento dos lucros) ou os seus proprietários (subida dos dividendos).
·  Os ganhos de produtividade na economia (Ver esquema das aulas)
Ao nível da economia no seu conjunto, os ganhos de produtividade situam-se no coração da dinâmica de crescimento a longo prazo.
A mais curto prazo, a produtividade experimenta fortes variações de acordo com um mecanismo chamado “ciclo de produtividade”. Quando a actividade diminui, por exemplo, as empresas não despedem imediatamente operários, preferindo conservar o seu pessoal na expectativa de uma retoma. Daí resulta uma baixa de produtividade. Se a má conjuntura
persistir elas ajustarão, num segundo tempo, os seus efectivos ao reduzido nível de produção e despedirão pessoal (subida da produtividade). Da mesma forma, uma aceleração do crescimento incita as empresas a aumentar a eficácia dos assalariados em actividade (crescimento da produtividade graças a uma melhor utilização das máquinas, por exemplo) antes de contratar mais pessoal.
O ciclo da produtividade traduz o atraso da adaptação dos factores de produção às variações da procura.
(Jean-Yves Capul – Olivier Garnier, Dicionário de Economia e de Ciências Sociais [adaptado])


Por outro lado, vivemos numa época em que o progresso tecnológico é de tal forma acelerado que exige uma constante actualização dos conhecimentos. Estamos na era da informação, em que não basta apostar na educação no início da vida, sendo necessário investir em formação contínua ao longo da vida, sob pena de se ficar desactualizado. A formação inicial deve promover o desenvolvimento das capacidades dos indivíduos de modo a permitir que, mais tarde, possam ser autodidactas e continuar a procurar novos conhecimentos à medida que vão sentindo necessidade. Assim, podemos afirmar que a competitividade das empresas também depende do seu nível de capital humano, devendo estas apostar fortemente na qualificação dos seus recursos humanos.

O investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) é outra forma de as empresas melhorarem a sua competitividade. O I&D faz com que a produtividade das empresas vá melhorando à medida que a investigação vai gerando resultados, pois as inovações permitem-lhes agir de forma mais eficiente. Actualmente, a investigação assume um papel decisivo na competitividade das empresas, graças a ela, os produtos e processos de fabrico vão sendo sistematicamente inovados. As inovações podem ser de produto ou de processo, tratando-se no primeiro caso de alterações ao nível do produto e no segundo caso, de melhorias no processo de fabrico. 

O investimento em inovação tem vindo a ganhar cada vez mais importância nas sociedades actuais, desempenhando a tarefa fundamental de dinamizar a actividade económica. Durante muitos séculos, os processos de descoberta decorreram de forma muito lenta. Mas o ritmo das descobertas aumentou muito com a revolução industrial e acelerou ainda mais, a partir da segunda metade do século XX. Hoje em dia, os processos de descoberta desenrolam-se de forma muito rápida, pois deles depende a sociedade de consumo em que vivemos. A lógica da sociedade de consumo baseia-se na necessidade de estar constantemente a lançar novos produtos no mercado, sendo estes, na maioria dos casos, fruto de inovação, pois apenas são alteradas algumas das suas características ou funções. Estas inovações, quando são associadas a estratégias de marketing, fazem os bens renascer no mercado sob a aparência de produtos novos. 

Actividade 12
1.   Explique a importância da melhoria da eficácia da produção, tendo em atenção os seguintes aspectos:
- a organização do processo produtivo;
- o progresso técnico;
- a formação dos recursos humanos;
- a Investigação e Desenvolvimento.
2. Procure obter informação sobre a situação portuguesa relativamente ao investimento que tem sido feito em formação e I&D. Sugere-se a consulta à internet, jornais ou revistas da actualidade.

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